terça-feira, 2 de agosto de 2011

Governo negoceia com a banca prorrogação do PME Invest para as PME!

Governo propõe e negoceia com a banca um período adicional de um ano de carência das amortizações das dívidas de PME Invest

Foi anunciado no passado dia 14 de Julho que o Governo está a estudar a criação de uma moratória para empresas que têm empréstimos no âmbito dos programas PME Invest. O objectivo é, durante um ano, os empresários não pagarem ao banco as prestações, ganhando assim algum desafogo em termos de liquidez, apurou o Diário Económico.
È sabido a dificuldade com que uma grande parte das micro e pequenas empresas se debatem hoje para conseguirem disponibilizar as importâncias para amortizar a dívida. De facto quando se recebeu o dinheiro este veio ajudar a resolver momentaneamente algumas dificuldades de tesouraria, mas na realidade, com o agravamento da crise, só resultou em empurrar para a frente o problema “com a barriga” sendo hoje ainda mais complicado juntar o dinheiro necessário à correspondente amortização
Na altura ninguém pensou que teria de amortizar a divida num período de 2 anos (com um ano de carência) e com valores que são excessivamente elevados. Por exemplo para uma micro empresa que tenha subscrito 2 PME Invest, pagar em 8 meses de 12 anuais a importância mensal de 3.200 € é muito violento.
A alternativa de dar mais um ano de carência vai transitoriamente aliviar as tesouraria das micro e pequenas empresas mas dentro de um ano, com as dificuldades naturais da falta de crescimento económico, as dificuldades vão voltar. Seria mais consequente que esse ano de carência fosse acompanhado de um prolongamento da amortização da dívida por mais um ou dois anos, por forma a reduzir substancialmente as importâncias mensais a devolver e permitir que as empresas já se encontrassem num período de recuperação económica    
Para já e restringindo à medida proposta, esta visa suspender reembolsos no valor de mil milhões e trará um grande “balão de oxigénio” à liquidez das empresas envolvidas, com as dúvidas sobre o futuro a médio prazo que atrás referimos, sendo que ainda está dependente da aprovação dos bancos, que até à data ainda não deve ter tido qualquer resposta.
A opinião do Governo é que esta medida anti-crise poderá ter um efeito significativo junto do tecido empresarial português tendo em conta o elevado número de empresas que recorreram a este mecanismo para se financiarem ao longo dos últimos três anos. Na nossa opinião vai trazer algumas “alegrias” por alívio da tesouraria durante um ano, mas depois o problema vai voltar à situação actual, pelo que urge dar mais “ambição” a esta posição do Governo, alargando igualmente o prazo de amortização da divida. Aliás esta necessidade já foi reconhecida no ultimo PME Invest em que o período de amortização passou de 2 para 3 anos
Se é o próprio Governo que diz que a recessão se vai prolongar por mais 2 anos, como é possível que a tesouraria das empresas melhore para criar disponibilidades que permitam a liquidação das correspondentes amortizações, mesmo com um ano de carência adicional?

Desde que foi lançado pela primeira vez a 8 de Julho de 2008, o Governo português pôs à disposição das empresas nacionais 7,25 mil milhões de euros em linhas de crédito a juros bonificados.
Esta é uma medida que irá facilitar a vida às PME, mas são necessárias mais. Vários empresários de PME inovadoras defendem a necessidade de tornar obrigatórios para todos, privados e Estado, os pagamentos a 30 dias, com sanções automáticas para quem não cumprir.